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São Paulo da década 1970 criou nomes de ruas relacionados à botânica, literatura, história e música

Atualizado: 4 de jun. de 2020

Rua Borboletas Psicodélicas, Praça Chá da Alegria e Travessa Maravilha Tristeza foram alguns dos nomes escolhidos para logradouros da cidade de São Paulo


São Paulo é uma das maiores cidades do mundo, e assim como muitas outras metrópoles, ela sofreu com uma intensa urbanização durante o século XX, fazendo com que em meados dos anos 1970 a cidade contasse com quase 45 mil ruas. Entre os vários problemas causados por esse crescimento desenfreado estava o fato de que quase 20 mil ruas não possuíam nomes oficiais. Elas estavam localizadas principalmente em bairros novos e periféricos que surgiam com a ocupação de zonas mais afastadas do centro e eram localizadas apenas com letras e números (o que causava uma grande confusão).



Em 1975 foi criado o Projeto Cadastro de Logradouros com o intuito de coletar ideias e criar um banco de nomes para essas ruas que muitas vezes eram consideradas inexistentes no sistema da prefeitura da cidade. O projeto foi liderado pelo jornalista Lauro Machado Coelho, pelo urbanista e arquiteto Benedito Lima de Coelho e o pelo linguista Flávio di Giogi, além do auxílio de vários estagiários de humanas de algumas universidades. Para organizar as ideias dos nomes das ruas foram feitos seminários e reuniões, onde dividiram temas como literatura, botânica, fauna, história e música. Após isso, grandes pesquisas eram feitas em bibliotecas atrás de inspirações.

O resultado do projeto foram ruas com nomes bem exóticos e curiosos, como a Travessa Final Feliz no Capão Redondo (nome escolhido por conta de um mutirão realizado para a construção de 99 casas); a Rua da Música Aquática no Jardim São Luís; a Rua Borboletas Psicodélicas no Jabaquara (inspirado na obra musical “Pour la Martina para Piano”, de Henrique Morozowicz); e a Travessa Maravilha Tristeza em Raposo Tavares (inspirada em uma planta balsaminácea, espécie de malmequer).



Outros nomes peculiares são: a Rua Sol da Meia Noite no Tremembé (fazendo referência a uma flor originária do Japão e da China); a Travessa um Sonho de Carnaval em Iguatemi (em homenagem a uma música de Chico Buarque); a Rua Saudade Triste na Vila Jacuí (referência a uma música de Yves Schmid); a Praça Chá da Alegria no Butantã (em homenagem a uma cidade do interior de Pernambuco); Rua Chaveslândia (em homenagem ao seriado Chaves que ainda passa no SBT e a uma cidade do interior de Minas Gerais); Rua Viagem ao Céu (homenagem ao conto infantil de Monteiro Lobato) e a Rua Verão do Cometa em Itaquera (batizada em homenagem a música de Sá e Guarabyra).



Além de ajudar a organizar a cidade de São Paulo, o grupo atualizava os nomes das ruas nos registros oficiais da prefeitura e ao mesmo tempo usava a criatividade, as ciências e a arte para nomear os diferentes cantos da maior cidade do Brasil.


Referências


 
 
 

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